terça-feira, 12 de março de 2013

Fim de relacionamento: colocar ponto final na tristeza

Eu sou do tipo piegas quando estou namorando, acho que quase todo mundo é. Apelidos rídiculos, piadas que só a gente entende e essas coisinhas de casal. Guardo o canhoto do primeiro cinema juntos, as cartas, os bilhetinhos, a nota fiscal do primeiro jantar (?), até o papel do chiclete que dividimos (WTF). Enfim, do mesmo jeito que guardo todas essas besteiras quando estou junta, assim que acabo jogo fora. Acho que é preciso, desapegar é bom, é preciso, necessário, senão não andamos pra frente, andamos pro lado, igual a caranqueijo, já ouviu essa não é?
Não é desdém, não é raiva (as vezes é), não é jogar fora a história, as lembraças, afinal não existe, pelo menos não ainda, o que fazem no filme O brilho de uma mente sem lembranças, se bem que as vezes eu gostaria que já existisse. Os presentes, os bens, o material é o que menos importa, jogando-os fora ou continuar usando-os isso pode não significar nada. Pode significar saudades ou não, pode significar ainda gostar ou não, pode simplesmente significar que você gosta daquele colar, que acha útil aquela bolsa, ou que curte aquele sapato.
O pior que alguém pode te deixar é a raiva, que é um mal que você mesmo se faz, um veneno que você mesmo sente as consequências, e que desencadeia uma porção de coisas. Ah, uma porção mesmo. Dores, choros, solidão, ostracismo. Tem horas que você se deixa se dominar tanto pelo fantasma da existência que nem existe mais, de um relacionamento sepultado, de alguém que sequer faz mais parte da sua vida, que há meses não te diz um oi, mas que tá dentro da tua cabeça, como uma voz de consciência que nem é mesmo sua. Lhe julgando, lhe impedindo, lhe culpando, lhe corroendo. E como jogar isso fora? Porque as cartas, os bilhetes e as embalagens de chiclete a gente põe no lixeiro do prédio e o zelador leva embora, simples assim. E a raiva, a consciência que não é sua, o veneno, a dor, a gente põe em que lixeiro, pra quem pegar? Nos outros não se pode, não se deve, não é justo descontar. 
Carregar o peso, a culpa, a mágoa, o choro preso na garganta. A fossa faz parte, acredito que ela é um processo que deve ser vivenciado. Mas tudo tem tempo de começar e acabar, e tem horas que a gente tem que sacudir a poeira (essa também você já deve ter ouvido) e seguir em frente. Não é se fingir de forte, sair fodendo vários e a si mesmo, voltar pra casa com a cabeça ainda mais confusa e não resolver nada dentro de si. Dizem que mulher primeiro fica muito mal, na fossa e depois volta com tudo, e já os homens fazem o oposto, saem, pegam todas e depois caem na bad. Não vou generalizar, ou cair no lugar comum: homens são de Marte e mulheres são de Vênus, cada caso é um caso. Só queria dizer que tristeza passa sim, e convencer a mim mesma disso. 

Natalie linda no filme Closer. Quem nunca viu, faça o favor e vá ver.

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